Totalmente esparramada pelo meu sofá nadica de nada confortável e aconchegante, estou esperando o meu programa preferido voltar ao ar (com um apresentador cujo nariz é um dos mais famosos e salientes da TV brasileira) enquanto inúmeras propagandas passam, me deparei com a seguinte questão: Desde quando o domingo virou o dia oficial da melancolia e lamentações?

Segundo pesquisas efetuadas pelos especialistas de comportamentos humanos (na verdade é o que eu acho, rs), é justo dizer que o pico desses sentimentos negativos é por volta das 8pm. Eles explicam o motivo: porque é justamente quando percebemos que estamos mais próximos ao início da próxima semana, e que infelizmente o final de semana tão esperado passou mais rápido do que um trem bala. Um dos efeitos mais comuns causados por essa consciência são o desespero e a pressão.

Independente se você teve um final de semana bem produtivo, proveitoso e perfeitamente conforme o planejado ou não, isso não parece estar conectado diretamente com este tipo de comportamento apresentado por 89% da população brasileira nas grandes capitais.

No decorrer do século XXI, a forma que as pessoas desenvolveram para expressar esses sentimentos negativos, com uma ajudinha do novo melhor amigo chamado Smartphone, é manifestando as suas insatisfações e indignações através das redes sociais. Vejamos alguns exemplos: Os cientistas têm a certeza que há pelo menos uma pessoa na sua rede que posta a frase: “O final de semana deveria durar no mínimo 3 dias” e geralmente vem com uma imagem de um calendário modificado com a segunda-feira em vermelho para combinar com o domingo. Outro exemplo muito provável que apareça nas suas atualizações recentes, é aquela pessoa que adora uma contagem regressiva, “340 dias para as férias, chega logo”, é muito interessante esses casos, pois geralmente as pessoas gostam de dar um ar de suspense (e sim, um pouco de inveja também, por que não?) completando os seus posts com uma foto do destino de suas férias sem especificar o local.

Brincadeiras a parte, a verdade é que, por mais que você ame o seu trabalho, os seus colegas e a vida que você leva, perceber que o seu amado final de semana está acabando é como se fosse um tapa no seu nariz, pelo menos eu acho que é mais doloroso do que um simples tapa na cara, e nada divertido. Eu entendo, lembro que comigo nem sempre foi assim, na época da escola uns aninhos atrás (tá bom, uns 20 e poucos anos atrás), aproveitar o final de semana todinho e esperar que o domingo termine era algo tão animador!Mesmo com poucos anos de vida, já sabia que no dia seguinte veria os meus coleguinhas de sala, as professoras e iria passar o meu dia inteiro fazendo várias atividades e aquilo era tudo de bom.

Venho refletindo e analisando por um bom tempo o motivo pelo qual eu sinto arrepios e calafrios quando eu ouço o tema de um programa Global no final de domingo. Já ouvi casos de pessoas que sente um mal estar com direito a dor de barriga, o que acaba dificultando o tão esperado descanso e sono antes de mais uma semana de batalhas.

Os domingos me fazem pensar muito na vida. Mas muito mesmo! Principalmente quando eu me deito na cama, encosto a minha cabeça no travesseiro e fecho os meus olhos. Mesmo sabendo que estou na escuridão, sinto como se uma luz na minha cabeça acendesse e uma aventura pelo mundo da imaginação se iniciasse . Não acho isso ruim, pelo contrário, sempre gostei de visitar esse mundo que me faz rever as coisas que eu fiz, que me permite planejar, que me faz sonhar e por aí vai. O problema é que para clicar no botão “Sair” e tentar me desconectar desse mundo é uma luta.

Para tentar facilitar esse processo, geralmente faço alongamento, leio um livro ou faço um chá bem quentinho, mas hoje sinto que essa luta será longa, então vou partir para outra estratégia que é assistir um filme qualquer que me dê vontade.

O escolhido de hoje é o primeiro de várias sequências das aventuras de um certo famosíssimo bruxo com os seus dois melhores amigos. Sessão nostalgia em 3… 2… 1… Me lembrei de como a escolha do ator para viver o protagonista me fez amar mais ainda essa história e juro que pensava que eu casaria com ele e que ele seria o homem da minha vida. Tem coisa mais bela do que a juventude? Que tempo bom era aquele? Sei que é super clichê, mas eu era feliz e não sabia! Quanta inocência e ingenuidade.